quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Qualidade de Ensino e Formação de Professores

                   QUALIDADE DE ENSINO    E  FORMAÇÃO DE PROFESSORES

                                                        AUTORES:

                               TERESINHA MÜTZENBERG MANICA
                                       ROSELI MARIA REIMANN


PRINCESA, 05 DE MARÇO DE 2010.


QUALIDADE DE ENSINO E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

   Ao nos propormos a escrever sobre o tema supracitado devemos tomar alguns cuidados para que possamos atuar na defesa ou acusação do mesmo. Para tanto decidimos primeiramente definir alguns itens em conformidade com o Dicionário Aurélio que a grande maioria dos docentes possui contato em seus educandários e destacamos:
   Qualidade: atributo ou condição das coisas ou das pessoas que as distinguem das outras e lhes determina a natureza;
   Ensino: transmissão de conhecimentos; instrução: métodos empregados no ensino;
   Formação: ato, efeito ou modo de formar; modo por que se constitui uma mentalidade, um caráter;
    Docentes: que ensina; relativo a professores.
   Após definirmos isso poderemos efetuar nossas conjecturas e opiniões sobre o tema em epígrafe.
   Quando efetuamos a pesquisa decidimos optar pela qualidade do ensino e a formação do docente em âmbito brasileiro e nos deparamos com um estudo inédito, de âmbito nacional, sobre a relação família e escola realizada pelo Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
   Notou-se que nos últimos 40 anos os países desenvolvidos triplicaram os gastos reais por aluno e diminuíram em um terço o tamanho médio das turmas. Entretanto, não foram registrados ganhos na qualidade do ensino. A evidência empírica elaborada por Hanushek mostra que a solução está na contratação e retenção de bons professores no quadro funcional dos educandários.
Para aumentar a qualidade da educação dos brasileiros é necessário melhorar a qualidade dos professores e, ao mesmo tempo, fazer com que nossas crianças, especialmente as de famílias de baixo nível socioeconômico, cheguem às salas de aula prontas para aproveitar ao máximo aquilo que nossas escolas lhes têm a oferecer.
Por isso temos em mente a educação como direito de todos sendo que para isso nem sempre se preza a qualidade da formação do docente e nem se leva em conta  características e valores pessoais dos mesmos.
Alguns pensadores já denunciavam as correntes defensoras de uma ampliação da educação a qualquer preço, temendo um enfraquecimento da cultura. Por isso o surgimento de tantos cursos que exijam o mínimo de presença possível na ministração de conteúdos, pois conta com um recurso muito difundido nos dias de hoje, a média e, podemos citar sem sombra de dúvidas a internet como um grande avanço para a ampliação da formação de professores, porque tudo que se procura está à disposição do mesmo. Professor é aquele que, professa a verdade dos conhecimentos que adquiriu e que agora repassa. O educador cultiva, cuida para que cada um possa aprender a ser. Apresenta suas formas, seus modelos, mas não precisa impô-los.
Os alunos não se deixam mais iludir. Até porque eles mesmos com os avanços tecnológicos existentes, não aceitam os profissionais apenas titulados. Exige qualidade nos cursos, pois só o diploma não garante o acesso completo ao conhecimento. Já foi o tempo em que se viveu dessa ilusão. Orientar para continuar aprendendo durante toda a vida é uma virtude da educação de boa qualidade, pois ser repassador de conteúdos já era. Para isso temos a internet com os seus acervos variados e lhe garanto trazem muita coisa melhor explicada do que a por profissionais titulados.
A educação não se faz só de cima para baixo. Alunos estimulados à indagação permanente, que recorrem a livros e laboratórios de qualidade (atualizados), tendem a tirar proveito em conseqüência de seus cursos e deve-se levar em conta que esses alunos na grande maioria possuem maior possibilidade de recursos que alguns docentes ministrantes que ficam 60 horas em sala de aula,
 Vale outra referência: atinge-se a qualidade e isso é reconhecido pela comunidade da instituição, não por decreto. É a soma das considerações anteriores com as salas arejadas e confortáveis, os laboratórios moderníssimos, as bibliotecas atualizadas e com periódicos de valor, computadores de última geração, acesso fácil à internet e outros procedimentos hoje disponíveis para os bem intencionados, graças à expansão das tecnologias educacionais.
A escola é colaboradora e nunca substituta da educação dos filhos. Para tanto devemos conseguir desvincular o  conhecimento de educação, dando-se responsabilidade para pais e sociedade. Nesse sentido, não pode atribuir a si um papel de exclusividade e conseqüente exclusão da outra parte, ou seja, os pais. Além da criação de uma verdadeira parceria, que gerará inúmeros benefícios às crianças e jovens, os pais podem estabelecer, com sua presença e atuação, um contato com a realidade da vida do dia-a-dia, trazendo contribuições de diversos setores da vida profissional, artística, cultural, social, refreando, assim, a tendência a esse "desligamento" do mundo tão comum ao universo escolar.
Somente o movimento de pais e educadores em busca de uma educação de qualidade impulsionará o desenvolvimento econômico e a conseqüente superação da desigualdade social existente hoje – é ilusório e ingenuamente perverso acreditar, portanto, que o desenvolvimento efetivo ocorra sem Educação, mas essa educação deverá ser sempre focada para a área de conhecimento e maturações do uso dos mesmos em prol ao crescimento da sociedade.
Melhorar a qualidade do ensino das séries iniciais, de forma a garantir a todos os alunos condições de acesso à cidadania, significa assegurar que o trabalho pedagógico do profissional da educação esteja amparado em uma boa formação acadêmica inicial que dê conta de responder a este quadro de fracasso. Para tanto se deve rever de quem é a responsabilidade social e financeira para com os anos fundamentais da educação básica, se é de competência do Estado ou dos Municípios e o que se esta sendo feito para manter e ampliar a qualidade.
 Todos devem ter a chance de estudar em escolas que são iguais às melhores escolas do país. Todas as escolas devem ter o mesmo padrão de tecnologia. Todos os docentes devem ter a oportunidade de formar-se em universidades e cursos com a alta qualidade. Assim deveria ser também com as escolas. Docentes bem remunerados,  com meios de trabalho e ambiente adequados. Livros, currículo, computadores, tudo para ajudar a ter o mesmo padrão e a formar as crianças oferecendo-lhes a mesma chance. Os docentes devem ter seus salários pagos seguindo um plano nacional de educação de qualidade e a escola gerenciada pela prefeitura e pela comunidade, aberta à participação dos pais, das mães e de toda a comunidade. Fala um pouco Cristovam Buarque, em debate no plenário do Senado Federal, 10/8/2007, mas depois dessa data vemos o que foi feito pouco para melhorar muito se disse e pouco se faz, desvincular a educação básica do Estado e colocar sob responsabilidade do Município é mais fácil ainda fazer, mas repassar recursos para que efetivamente possa ser cumprida ainda não esta sendo feito de forma efetiva e correta.
Os professores acreditam que devem ser remunerados para exercerem o livre pensamento, para utilizarem o maior dom do ser humano: a razão. Os nossos professores não são professores, mas apenas empregados que por serem pagos cumprem o ofício de falar o que os outros já falaram pensar o que os outros já pensaram e escrever o que os outros já escreveram. Eles acreditam que devem, para ser um bom professor, seguir fielmente aquilo que aprenderam em seu curso de Magistério, e na sua Graduação.
Muitas pessoas sofrem uma grande decepção quando depois de alguns anos fora da escola resolvem voltar. Pois ali encontram as mesmas teorias, os mesmos autores, os mesmos conceitos e também os mesmos métodos didáticos usados há décadas. As novas tecnologias demoram muito a chegarem às escolas. Muito diferente de qualquer pequena ou média empresa, porque nas empresas usa-se sempre o que há de mais moderno. Por isso se a Federação quer tratar os educandários como empresas da forma como esta sendo feita, deve dar condições financeiras e a autonomia no uso de recursos advindos da arrecadação dos impostos pagos pelos sofridos brasileiros, só assim cada educandário deveria poder investir em setores que necessita e de desfazer de patrimônios obsoletos que atrapalham mais do que auxiliam.
Dessa maneira, porque a escola não caminha junto ao tempo real, ao hoje, ao tempo que está em tempo? Porque a escola não nos ensina coisas “usáveis” para a vida? Porque a escola não simplifica o próprio modo de ser escola? Porque a escola não se especializa em ser prazerosa? Enfim, porque nossa escola é tão ruim e os nossos professores (com algumas exceções) também? E a culpa disso deve ser atribuída a quem?
Se eu só penso por minha conta quando sou para isso remunerado, conclui-se que eu não penso. Então, se eu, que sou professor, não penso e não raciocino, como posso ensinar  aos meus alunos a fazerem algo que nem mesmo eu sei o que é e que, por isso não sei fazer?
Nos cursos de pedagogia e seguindo o mesmo raciocínio, de nada adianta estudarmos Vygotsky, Piaget, Wallon, Paulo Freire, Thomas Kuhn e tantos outros grandes nomes e que realmente mudaram o mundo através de suas idéias inovadoras, para as suas respectivas épocas, por que eu não utilizo os meus próprios saberes para ser, inovador na minha época.
Sem coragem e sem atitude para inovar, não há pesquisa, pois os docentes não possuem tempo para se desvencilharem das salas de aulas apinhadas de alunos e a  “decoreba” se torna algo utilizável e que ainda venha de uma forma de auxiliar e a facilitar o trabalho do docente.
 Devemos buscar mais, acreditar em nosso potencial. Sem pesquisa não há extensão. Sem extensão o ensino superior perde a sua razão de existir, pois não devolve para a sociedade os frutos do investimento recebido dela. Mas como far-se-á isso se não se possui os recursos adequados e os docentes necessitam retirar de seus bolsos para ir atrás de uma melhor formação que deveria de feita de forma continuada e de responsabilidade do órgão onde se trabalha.
Devemos buscar autores novos, analisar se tudo aquilo que afirmam é realmente bom para a educação, sem descuidar dos autores clássicos. Nem sempre os autores têm preocupação com a educação pública gratuita e de qualidade, mas sim com o pensamento neoliberal americano de transformar a educação em um negócio que deve ser vendido.
Todo esse questionamento nos auxilia como luz para entender porque a educação que temos não evolui com o tempo. Infelizmente no ensino superior ainda reina uma ideologia política que há muito tempo não está de acordo com o mundo em que vivemos. Acredita-se que as universidades pararam no auge da guerra fria, no tempo que o mundo era dividido em esquerda e direita, capitalistas e comunistas, patrões e operários. Pergunto: porque não entendemos que o mundo não é mais igual ao mundo de 1970?  Devemos vê-lo e explicá-lo como ele é na atualidade, pois há uma distância muito grande entre o mundo de 70 e o de hoje.
Entre uma das interpretações da palavra ideologia, temos: “sistema de idéias que pautam as decisões de uma pessoa”. O que devemos esperar de um sistema onde as pessoas que o fazem, pensam e decidem, do mesmo modo que pensavam e decidiam há trinta ou quarenta anos atrás? Não é de se espantar que nesse sistema as pessoas formem as suas idéias a partir de autores, valores, conceitos e fórmulas do mesmo modo que o faziam há trinta anos,  e que não se abrem aos valores, conceitos e fórmulas de autores surgidos nesse espaço não aceito, não reconhecido e não percorrido por eles mas que, existiu e existe , eles querendo ou não.
Toda criança precisa da escola para aprender e não para marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte. A trajetória escolar não pode ser comparada a um rio perigoso e ameaçador, em cujas águas, os alunos podem afundar. Mas há sistemas organizacionais de ensino que tornam esse percurso muito difícil de ser vencido, uma verdadeira competição entre a correnteza do rio e a força dos que querem se manter no seu curso principal.
Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar.
Se hoje já podemos contar com uma Lei Educacional que propõe e viabiliza novas alternativas para melhoria do ensino nas escolas, estas ainda estão longe, na maioria dos casos, abertas a todos os alunos, indistinta e incondicionalmente. O que existe em geral são projetos. 
A nosso ver é preciso mudar a escola e mais precisamente o ensino nelas ministrado. A escola aberta para todos é a grande meta e, ao mesmo tempo, o grande problema da educação na virada do século. Não sendo só isso se deve mudar o conceito de olhar a Educação como um todo e não de forma fragmentada.
Mudar a escola é enfrentar uma tarefa que exige trabalho em muitas frentes. Destacaremos as que consideramos primordiais, para que se possa transformar a escola , em direção de um ensino de qualidade.
Temos de agir urgentemente:
·        Colocando a aprendizagem como o eixo das escolas, porque escola foi feita para fazer com que todos os alunos aprendam;
·        Garantindo tempo para que todos possam aprender e reprovando a repetência;
·        Abrindo espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas, por professores, administradores, funcionários e alunos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania;
·        Estimulando, formando continuamente e valorizando o professor que é o responsável pela tarefa fundamental da escola - a aprendizagem dos alunos;
·        Elaborando planos de cargos e aumentando salários, realizando concursos públicos de ingresso, acesso e remoção de professores.
     A primeira sugestão para que se caminhe para uma educação de qualidade é estimular as escolas para que elaborem com autonomia e de forma participativa o seu Projeto Político Pedagógico, diagnosticando a demanda, ou seja, verificando quantos são os alunos, onde estão e porque alguns estão fora da escola.
     Sem que a escola conheça os seus alunos e os que estão à margem dela, não será possível elaborar um currículo escolar que reflita o meio social e cultural em que se insere. A integração entre as áreas do conhecimento e a concepção transversal das novas propostas de organização curricular considera as disciplinas acadêmicas como meios e não fins em si mesmas e partem do respeito à realidade do aluno, de suas experiências de vida cotidiana, para chegar à sistematização do saber.
     Como essa experiência varia entre os alunos, mesmo sendo membros de uma mesma comunidade, a implantação de escola em tempo integral, (ex: escola com projeto AMBIAL, em Santa Catarina, Br.) é uma solução justa, embora ainda muito incompreendida pelos professores e pais, por ser uma novidade e por estar sendo ainda pouco difundida e aplicada pelas redes de ensino. De fato, se dermos mais tempo para que os alunos aprendam, eliminando a reprovação, nas passagens de um ano para outro, estaremos adequando o processo de aprendizagem ao ritmo e condições de desenvolvimento dos aprendizes - um dos princípios das escolas de qualidade para todos.
     A avaliação constitui outro entrave à qualidade de ensino. É urgente suprimir o caráter classificatório da avaliação escolar, através de notas, provas, pela visão diagnóstica desse processo que deverá ser contínuo e qualitativo, visando depurar o ensino e torná-lo cada vez mais adequado e eficiente à aprendizagem de todos os alunos. Essa medida já diminuiria substancialmente o número de alunos que são indevidamente avaliados, nas escolas. Cita-se como exemplo a escola do Porto em Portugal.
     A aprendizagem como o centro das atividades escolares e o sucesso dos alunos, como a meta da escola, independente do nível de desempenho a que cada um seja capaz de chegar são condições de base para que se caminhe na direção de escolas acolhedoras. O sentido desse acolhimento não é o da aceitação passiva das possibilidades de cada um, mas o de serem receptivas a todas as crianças, pois as escolas existem, para formar as novas gerações, e não apenas alguns de seus futuros membros, os mais privilegiados.
     O trabalho coletivo e diversificado nas turmas e na escola como um todo é compatível com a vocação da escola de formar as gerações. É nos bancos escolares que aprendemos a viver entre os nossos pares, a dividir as responsabilidades, repartir as tarefas. O exercício dessas ações desenvolve a cooperação, o sentido de se trabalhar e produzir em grupo, o reconhecimento da diversidade dos talentos humanos e a valorização do trabalho de cada pessoa para a consecução de metas comuns de um mesmo grupo.
Além dessas sugestões, referentes ao ensino nas escolas, a educação de qualidade para todos implicam em mudanças de outras condições relativas à administração e aos papéis desempenhados pelos membros da organização escolar.
Nesse sentido é primordial que sejam revistos os papéis desempenhados pelos diretores e coordenadores, no sentido de que ultrapassem o teor controlador, fiscalizador e burocrático de suas funções pelo trabalho de apoio, orientação do professor e de toda a comunidade escolar.
A descentralização da gestão administrativa, por sua vez, promove uma maior autonomia pedagógica, administrativa e financeira de recursos materiais e humanos das escolas, por meio dos conselhos, colegiados, assembléias de pais e de alunos. Mudam-se os rumos da administração escolar e com isso o aspecto pedagógico das funções do diretor e dos coordenadores e supervisores emergem. Deixam de existir os motivos pelos quais esses profissionais ficam confinados aos gabinetes, às questões burocráticas, sem tempo para conhecer e participar do que acontece nas salas de aula.
Sabemos que, no geral, os professores são bastante resistentes às inovações educacionais. A tendência é se refugiarem no impossível, considerando que a proposta de uma educação para todos é válida, porém utópica, impossível de ser concretizada com muitos alunos e nas circunstâncias em que se trabalha, hoje, nas escolas, principalmente nas redes públicas de ensino.
A maioria dos professores tem uma visão funcional do ensino e tudo o que ameaça romper o esquema de trabalho prático que aprenderam a aplicar em suas salas de aula é rejeitado. Também reconhecemos que as inovações educacionais abalam a identidade profissional, e o lugar conquistado pelos professores em uma dada estrutura ou sistema de ensino, atentando contra a experiência, os conhecimentos e o esforço que fizeram para adquiri-los.
Os professores, como qualquer ser humano, tendem a adaptar uma situação nova às anteriores. E o que é habitual, no caso dos cursos de formação inicial e na educação continuada, é a separação entre teoria e prática. Essa visão dicotômica do ensino dificulta a nossa atuação, como formadores. Os professores reagem inicialmente à nossa metodologia, porque estão habituados a aprender de maneira incompleta, fragmentada e essencialmente instrucional. Eles esperam aprender uma prática inclusiva, ou melhor, uma formação que lhes permita aplicar esquemas de trabalho pré-definidos às suas salas de aulas, garantindo-lhes a solução dos problemas que presumem encontrar nas escolas.
Melhorar as condições da escola é formar gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos nos contradizer nem mesmo contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto, pois nunca será tão alto quanto o resgate de uma vida escolar marginalizada, uma evasão, uma criança estigmatizada, sem motivos.
A escola prepara o futuro e de certo que se as crianças conviverem e aprenderem a valorizar a diversidade nas suas salas de aula, serão adultos bem diferentes de nós, que temos de nos empenhar tanto para defender o indefensável.
Quanto à formação do professor já possui duas formas de se fazer uma graduação que são: de forma freqüentada (presencial) e a forma a distância (semipresencial); vemos que os matérias em ambas formações apresentadas são de excelente qualidade, a mesma vai depender do professor que está procurando esta qualificação para que torne o seu aprendizado mais eficaz, tornando-o proveitoso através da sua dedicação e persistência.
Conclui-se que para ter uma qualidade maior na educação, os departamentos educacionais (escolas) através de seus gestores devem aproveitar os bons professores que dispõem em seu quadro funcional ativo e poderem ter a liberdade de dispensar os que não produzem adequadamente; não ficando presos a uma situação de comodismo que os concursos públicos repassam a algumas pessoas, ou então que os gestores ao deparem com certas situações de insucessos em sua equipe possam ter a liberdade de encaminhar esse docente a uma reciclagem através de cursos de formação continuada, de forma não onerosa ao docente e ao educandário.
Ao se cobrar qualidade em qualquer empresa (a escola está cada vez mais sendo tratada como qual) deve colocar a disposição de seu quadro funcional cursos que ao olhar do gestor sejam necessários para sanar as defasagens encontradas no seu quadro pessoal, assim sendo ampliando a efetiva margem de sucesso rumo à qualidade educacional.














BIBLIOGRAFIA:

* Aloísio P. de Araujo e Flávio Cunha são professores da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE/FGV). [O Estado de S. Paulo].

* Educação: Quantidade x Qualidade (Educar-se é Aprender a Pensar) Giovânia Costa. Graduanda em Filosofia pelo IFCS (UFRJ)- 2003.

* Edevaldo Alves da Silva, 70, advogado e professor, é presidente das instituições UniFMU, UniFiamFaam e Fisp e reitor do UniCEUB. Fonte: Folha de S.Paulo.

* Escalada Rumo à Educação de Qualidade. Ana Lúcia Carvalho Fujikura. Mestre em Letras - CEAr- Dlo-Fflch-USP -  analcf@uol.com.br.

* Melhoria no Ensino Público e a Formação de Professores das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Yoshie Ussami Ferrari Leite. Docente do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente. e-mail: yoshie@prudente.unesp.br.

*Educação e Pesquisa, Print version ISSN 1517-9702, Educ. Pesquisa. vol.30 nº.2 São Paulo May/Aug. 2004, doi: 10.1590/S1517-97022004000200016. Uma reflexão sobre a formação do professor da escola básica - José Mário Pires Azanha.

*Maria Teresa Eglér Mantoan, Universidade Estadual de campinas/ Unicamp.

*Instituto Millenium – Blog Archive – Refletindo a Educação – Espaço do leitor.

*A práxis na formação de educadores infantis – organizadoras Regina Célia de Souza e Maria Fernanda Silveira Toguazzi Borges.

*Educação Escolar: políticos, estrutura e organização: José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi.








Avaliação Escolar


                           AVALIAÇÃO: ENTRE A CONCEPÇÃO E A AÇÃO
                                                 Teresinha Mutzenberg Manica

            O entendimento do que seja avaliação varia conforme as diferentes concepções de cada autor, encontrando-se assim na literatura a respeito dos diversos significados de avaliação educacional, alguns enfatizam a dimensão medida, outros controle, testes, verificação, julgar, outros ainda permeando as diversas concepções.
            Traldy (1997, p.13), dá-nos uma idéia da confusão que existe quanto ao conceito de avaliação e alerta-nos para os problemas e implicações decorrentes, quando afirma que:
                    
“ O desenvolvimento acelerado da pesquisa na área da avaliação educacional criou uma série de conceitos, fatos, generalizações e mesmo instrumentos e técnicas de pesquisa que nos apresentam múltiplas inconsistências e condições, se considerarmos que novos problemas, novas condições e novos pressupostos são introduzidos sem que se proceda a uma revisão das mudanças que estes implicam, na relevância e lógica da estrutura anterior”.
           
Segundo Martins (1975, p.159), para se ter idéia da diversidade de considerações existentes sobre avaliação é interessante salientar alguns conceitos de avaliação educacional, segundo alguns autores.
Goldbery  (apud  Martins, 1975, p.160) afirma que “a avaliação é o processo de coletar, analisar e interpretar evidências relativas à eficácia e eficiência dos programas educacionais”.
Para Nérici (apud Martins, 1975, p.160) “a avaliação é o processo de ajuização, apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter aprendido durante o período de estudo ou de desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem”.
Já se pode perceber que há uma diferença clara entre as visões de diferentes autores a respeito da avaliação escolar. É interessante que o que aparece com mais freqüência é o conceito de medida e de julgar, conceito que, ainda hoje, é muito utilizado em nossas escolas. Em muitos casos ainda se utiliza a avaliação como medida de controle.
            A avaliação permite ao professor adquirir conhecimentos que o tornem capaz de se situar, de modo correto e eficaz, na ação dos estímulos e também permite verificar em que aspectos o aluno deve melhorar durante seu processo de aprendizagem.
            Luckesi ( 1990, p.7) enfatiza que “refletir é também avaliar, e avaliar é também planejar, estabelecer objetivos, etc. Daí que os critérios de avaliação, que condicionam seus resultados, estejam sempre subordinados às finalidades e objetivos previamente estabelecidos para qualquer prática, seja ela educativa, social, política ou outra. Seria ingênuo pensar que a avaliação é apenas um processo técnico. Ela é também uma questão política. Avaliar pode se constituir num exercício autoritário do poder de julgar ou, ao contrário, pode se constituir num processo e num projeto em que avaliador e avaliado buscam e sofrem uma mudança qualitativa”.
            É fundamental associar-se o significado da avaliação ao de uma estimativa de valor. É imprescindível a consciência de que os números resultam de um processo de interpretação, de que eles representam os avaliados mas, não se identificam com os mesmos.
            Para viabilizar o conhecimento dos valores nos processos de avaliação, é fundamental que a mesma tenha um caráter global que transcenda os limites estritos dos conhecimentos técnicos, favorecendo a apreciação do professor de um elenco de qualidades diversas, para diferentes seres humanos, mas existentes em cada um, pois toda criança tem potencial para desenvolver-se em uma ou várias áreas. A questão para a escola é como estimular o seu desenvolvimento e reconhecer o seu valor.
            Partindo de tais considerações, a avaliação não deveria ser feita num único instrumento, nem restrita a um só momento, ou a uma única forma.
            Vasconcellos ( 2000, p.36) nos alerta “da importância de superar a avaliação do tipo prova, ou seja, um momento especial para avaliação com rituais, dificuldades, exigências, posturas especiais, em função de uma tendência a acomodação do professor de avaliar pela prova, em detrimento da avaliação contínua do dia-a-dia. Isto é muito sério pois, de um lado, não capta logo as necessidades dos alunos, não tendo, portanto, possibilidade de retrabalhar os objetivos não alcançados, interrompendo o processo da interação professor – aluno – conhecimento, ficando mais difícil retomar depois, por outro lado, as notas acabam saindo destes poucos momentos especiais”.
            Estes momentos passam a valer “tudo ou nada”. Os alunos passam a voltar a sua atenção para eles, ao invés de se preocuparem com a aprendizagem do cotidiano, distorcendo todo o processo educativo porque finalidade da avaliação é distorcida. O que distorce a avaliação não é o fato de ela existir, mas a maneira como é feita (momentos especiais, clima de tensão e pressão, conteúdo desvinculados do cotidiano, formais, decorativas) e sua finalidade (o que vai fazer com o resultado dela).
“Quando o aluno é avaliado de uma forma que se respeite e quando sabe que o resultado da avaliação não vai voltar contra ele, mas a favor dele, fica tudo mais natural. Este é o desafio que está sendo colocado aos professores que buscam uma nova prática pedagógica”. (Vasconcellos, 2000, p.88-89).
Múltiplas avaliações podem possibilitar a manifestação de múltiplas competências, fornecendo condições para que o professor analise, provoque, acione, raciocine e avalie o seu desempenho e de seus alunos.
É importante o estabelecimento das diferenças entre “medir” e “avaliar”. A medida diz o quanto o aluno possui em determinada quantidade, extensão ou o grau de alguma coisa. A medida se refere sempre ao aspecto quantitativo do fenômeno a ser descrito. Diz o quanto o aluno possui em determinada habilidade; descreve os fenômenos com dados quantitativos, determina a quantidade, extensão ou o grau de alguma coisa. Ela se refere sempre ao aspecto quantitativo do fenômeno a ser descritivo.
A medida, na educação, deve resguardar o significado de um indicador de acertos e erro. Esse indicador passa as adquirir sentido a partir da interpretação pelo professor do que ele verdadeiramente representa quanto à produção de conhecimento pelo aluno. “A quantificação não é absolutamente indispensável e muito menos essencial a avaliação. Consiste em uma ferramenta de trabalho, útil, somente se assim for compreendida”.(Hoffmann, 1983, p. 54).
O termo avaliar é usado incorretamente como sinônimo de medir. Avaliar é ajudar ou fazer a apreciação de alguém ou alguma coisa. Quando usamos o termo avaliar, estamos nos referindo não apenas a aspectos quantitativos da aprendizagem, mas também aos qualitativos, abrangendo tanto a aquisição de conhecimentos e informações decorrentes dos conteúdos curriculares, quanto às habilidades, interesses, hábitos, etc.
A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o que vem sendo obtido no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos, e que são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias.
A avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do  professor como dos alunos. É uma tarefa complexa. Mensurações apenas proporcionam dados que devem ser submetidas a uma apreciação qualitativa. Assim, cumpre funções pedagógicas – didáticas, de diagnóstico e de controle em relações às quais se recorre à instrumentos de verificação do rendimento escolar.
Enquanto objeto com possibilidades diagnósticas, vinculado ao processo de ensino e de aprendizagem, precisamos elaborar um projeto de avaliação que, em primeira instância, e através dos instrumentos nele instituídos, possa servir a todo instante como “feedback” para avaliar não só o aluno, seu conhecimento, mas também toda uma proposta de escola, possibilitando, assim, validar e/ou rever o trabalho pedagógico, a cada momento em que isto se fizer necessário.
Entendendo o conhecimento como algo construído na relação sujeito-objeto, esse feedback só cumprirá efetivamente o seu papel, se considerarmos, em um projeto de avaliação, tanto o estágio de desenvolvimento em que um aluno se encontra em um dado momento, como também o processo através do qual ele elaborando o seu conhecimento.
“Assim, em uma proposta pedagógica como um todo e, especificamente, em uma proposta de avaliação, não podemos dar ênfase somente a respostas certas ou erradas, mas também, e com relevada importância, a como um aluno chega a tais respostas, tanto as certas como as erradas”. (Haidt, 2002, p.9)
Isto, como diz Hoffmann “significa considerar que o conhecimento produzido pelo educando, num dado momento de sua experiência de vida, é um conhecimento em processo de superação. A criança, o jovem, aprimora sua forma de pensar o mundo na medida em que se depara com novas situações, novos desafios e formulam e reformulam suas hipóteses”. (Hoffmann, 1983, p.67)
No discurso escolar, é lugar comum dizer que a avaliação deve ser contínua, de forma a verificar os vários momentos de desenvolvimento do aluno, já que a idéia é dar ênfase também à comparação do aluno com o seu próprio desenvolvimento, ao invés de apenas comparar o seu rendimento, em um dado momento, com parâmetros externos a ele. Mas, enquanto prática, isto nem sempre acontece, verifica-se, isto sim, o contrário. O que precisamos, então, é chegar a essa prática sem falácias e sem utopias buscar um caminho que concretize esse discurso.
Não tem sentido a escola continuar usando a avaliação, de forma escusa, apenas como instrumento de classificação em detrimento de outras possibilidades mais lícitas como a do diagnóstico, por exemplo. “A avaliação exercida apenas com a função de classificar alunos não dá ênfase ao desenvolvimento, em pouco ou quase nada auxilia o crescimento deles na aprendizagem”. (Haidt, 2002, p. 10)
O educando como sujeito humano é histórico; contudo, julgado e classificado, ele ficará, para o resto da vida, do ponto de vista do modelo escolar vigente, estigmatizado, pois as anotações e registros permanecerão, em definitivo, nos arquivos e nos históricos escolares, que se transformam em documentos legalmente definidos”. (Luckesi, 1990, p.35)
O ser humano é uma  totalidade efetiva, social, motora corporal e cognitiva. Todas essas dimensões devem ter igual importância na sua formação. Portanto, uma avaliação acadêmica precisa considerar essa totalidade e não apenas o aspecto cognitivo, como habitualmente acontece na maioria dos processos avaliativos, em quase todo o nosso universo escolar.
Por isso, devemos pretender uma avaliação mais ampla, da qual uma prova, por exemplo, sobre conteúdos trabalhados faça parte, tão somente, como um dos recursos, através dos quais podemos avaliar o rendimento escolar, o conhecimento de um aluno. Entendendo por conhecimento “ não uma coleção de informações ou fatos particulares e alguns conteúdos”, normalmente decorados de forma mecânica, sem maior significado, mas, sim, uma estrutura organizada numa totalidade, com coerência interna, que permite a compreensão de informações particulares”, já que “este conhecimento, enquanto organização vital do sujeito, constrói-se segundo os fatores de maturação biológica; experiências físicas e lógico-matemáticas; transmissão social e equilíbrio”. (Haidt, 2002,, p. 12)
Portanto, a prática avaliativa revela uma série de problemas e dificuldades os quais evidenciam a necessidade de uma compreensão mais ampla e abrangente do processo de avaliação, através do domínio teórico que possibilite o encaminhamento metodológico da avaliação como um processo de aprendizagem, e que não seja desvinculada do mesmo.




A Inter-relação entre as concepções de Educação, Cultura e Currículo









                               UNIVERSIDAD POLITÉCNICA E ARTÍSTICA DEL PARAGUAY


Mestranda: Teresinha Mützenberg Manica

               A Inter-relação entre as Concepções de Educação,
                                         Cultura e Currículo


Diz-se que a Educação se forma na família, no entanto para que isso aconteça, a família deverá ter bases sólidas e cultivar a moral e a ética em seu lar e o que integra o indivíduo na sociedade e no grupo social em que vive é o patrimônio cultural que ele recebe pela educação.
Podemos então dizer que a educação tem como objetivos a transmissão da cultura, bem como, a adaptação dos indivíduos à sociedade.
Portanto, os muitos entendimentos hoje, sobre o que seja educação e o que seja cultura nos levam a choques teóricos e práticos. Muitas são as manifestações culturais na vida cotidiana, acadêmica e política. Por isso, estabelecer relações entre cultura e educação, é um desafio. Sabemos que povos oriundos de diferentes regiões ou países têm culturas diferentes. Pergunto-me então, será que a educação desses povos é a mesma?

    De modo um tanto resumido, pode-se dizer que ao longo dos últimos dois ou três séculos as discussões sobre cultura e educação restringiram-se quase que apenas a questões de superfície. Com isso não quero dizer que as discussões tenham sido superficiais, mas sim que, por um bom tempo, a Modernidade não questionou seriamente os conceitos de Cultura e Educação; quase nunca esteve em pauta problematizar seus significados modernos. Ao contrário, o que se fez foi centrar as discussões e partir de uma base conceitual assumidamente comum para, a partir daí analisar, propor, debater, pensar no âmbito da Cultura e da Educação. Aceitou-se, de m modo geral e sem maiores questionamentos, que cultura designava o conjunto de tudo aquilo que a humanidade havia produzido de melhor – fosse em termos materiais, filosóficos, científicos, literários etc. nesse sentido, a Cultura foi durante muito tempo pensada como única e universal. (Alfredo Veiga Neto)


Conforme Kant, 1996, p.26-27, na Educação o homem deve ser disciplinado, tornar-se culto, também deve cuidar que o homem se torne prudente, deve por fim cuidar da moralização.
O Currículo tem sua origem na Grécia Antiga, qualquer indicação do que se ensina; na Europa no século XVI como Plano estruturado de estudos; na década de 20 nos EUA como uma ferramenta pedagógica de massificação. A partir de 1983, o Currículo começou a tomar outra forma. As mudanças sócio-econômicas e culturais atingem um dos elementos mais importantes da atividade escolar: o currículo.
        Ao refletirmos sobre o processo de construção do conhecimento em nossas instituições escolares, não podemos deixar de lado o currículo e sua ligação com a cultura local e os aspectos ideológicos impostos pela classe dominante. O currículo, tal como a cultura, é uma zona de produtividade. Essa produtividade, entretanto, não pode ser desvinculada do caráter social dos processos e das práticas de significação. Cultura e currículo são, sobretudo, relações sociais.
       Embora o currículo esteja submetido a regras, restrições, convenções e regulamentos próprios da instituição educacional, também pode ser visto como um texto e analisado como um discurso. O currículo é um espaço, um campo de produção e criação de significado. Com este instrumento se produz sentido e significado sobre os vários campos e atividades sociais. É de fundamental importância a função da escola no processo de construção do conhecimento.
As várias teorias sobre currículo que mais se ocupavam em dizer como organizar os conteúdos  a serem ensinados, do que em problematizar o que deveria ser ensinado.
Muitas mudanças aconteceram no mundo e em nós, mas as desigualdades continuam e parece que são cada vez maiores em termos culturais. E essas mudanças estão se refletindo, principalmente, na teorização educacional e, sobretudo, no currículo.
A relação entre contexto socioeconômico-político, educação e currículo, evidencia-se em todos os tempos. Os currículos são adequados aos contextos, especialmente no sentido de garantia dos interresses dominantes, atendendo as necessidades econômicas e políticas, na medida do desenvolvimento da sociedade.
 O currículo escolar deve estar diretamente relacionado às expectativas multi-culturais e trabalhar de forma a valorizar e respeitar as diferenças. A escola precisa abrir espaços para que estas representações, que têm sido silenciadas e excluídas na sociedade, possam entrar e conhecê-las como culturas presentes no dia-a-dia da escola. Ou seja, a escola precisa somar a teoria com a prática da realidade social.
 Assim sendo, vale ressaltar que o conhecimento das relações e contradições que envolvem as políticas curriculares oficiais é um aspecto imprescindível  para a ação autônoma da escola e do educador na análise e na escolha que se manifesta no currículo real presente na prática educativa. Um currículo oficial pode constituir-se num território fértil para se discutir, investigar, mas, sobretudo, num espaço sobre o qual se pode intervir. Por isso, não podemos ignorar que os currículos oficiais constituem-se na carta de intenções governamentais para cada nível de ensino, e, como tal, orientam a produção do conhecimento oficial.

Referências bibliográficas
KANT, Immanuel, (1996). Sobre a pedagogia. Piracicaba: UNIMEP. Tradução de Francisco Cock Fontanella.

VEIGA-NETO, Alfredo, (2002a). Cultura e currículo. Contrapontos,
v. 2, n° 4, jan-abr., p. 43-51.

FORQUIN, J. C. Escola e Cultura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

ZOTTI, Solange Aparecida, (2004). Sociedade, Educação e Currículo no Brasil dos Jesuítas aos anos de 1980. Autores Associados. Brasília, DF.


OLIVEIRA, Pércio Santos de, Introdução a Sociologia, Editora ática, 2002.

CHAUÍ, Marilena, Filosofia, Editora Ática, 2002.













































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